Para que sua vida e seu dinheiro sejam os meios que te levarão aos seus horizontes, já disse Mário Sérgio Cortella: “Não faça como Colombo que partiu sem saber ao certo onde iria e quando chegou não sabia onde estava!”
Calmaria
Aproveitando toda minha sabedoria de marujo e pirata, que obtive dos livros de história e filmes de aventura obviamente, vou explicar o termo “calmaria”. Trata-se da circunstância em que você está no mar sem nenhum vento que o mova, pois no passado a força motora era somente a vento, e, portanto, sem ondulações fortes também. Então o termo é relacionado àqueles que só são bons quando tudo está bem e calmo ou dentro de uma rotina.
Se você perguntar a alguém: “Está tudo bem e calmo por aí? ” Quantos vão responder que sim? Pouquíssimos, certo? Mas existe uma situação a ser analisada em nossa natureza. Quando estamos em ação, na caça do alimento ou na entrega já atrasada do relatório cheio de números que precisam ser analisados, nós estamos na velocidade máxima, pressão sanguínea lá em cima, faca nos dentes, focadíssimos, parecemos um trem desgovernado sem chance de ser parado até cumprir sua função. Se vier seguido de reforços positivos, como aumento, elogio ou quadro do funcionário do mês então é só mais embalo e rumo ao infinito e além…
Mas nessa ocasião, está tudo bem e calmo ou não está? Há um dizer comum que é mais fácil chegar no topo do que manter-se lá. O famoso conto histórico que Alexandre o Grande, da Macedônia, chorou ao final de sua última campanha por não ter mais nada a conquistar. Será que quando o relatório complicado e sempre atrasado passar a virar rotina e você se acostumar a isso, sua energia diminui? Será que não damos a mesma energia quando as coisas parecem não nos desafiar mais? Entramos no modo automático e esquecemos o porquê estamos fazendo o que escolhemos? O consenso é que sim. Julie Littlechild (escritora e pesquisadora norte americana do Absoluteengagement.com) menciona que “correr da falha é um motivador mais forte que correr para o sucesso. Quando nos sentimos à vontade, que não falharemos, a motivação se dissipa”.
Bom aí vocês podem me dizer “minha vida já é uma tormenta constante, sou bom nisso”. A parábola do mar calmo e sem ondulações não deve ser encarada no sentido de paraíso, mas sim, de falta de progresso. A turbulência ou mesmo o caos do dia a dia podem estar te podando de ser melhor. Uma névoa que te cega e atrapalha seu caminho. Você precisa erguer a cabeça para ver melhor para onde ir. Mas há também os que se moldam literalmente à parábola. Só sabem falar, agem pouco, acham que estão sempre bem, arautos da teoria. Qualquer evento prático do destino desmorona seu argumento e se veem correndo de um lado para outro, mas fazem de tudo para manter aparência.
E você acha que é um marinheiro de calmaria? Está se preparando para as fortes ondulações e ventos da vida? Cuidado, não é porque você corre como um louco e carrega uma carga pesada que está preparado. Só reagir a circunstâncias não te qualifica, não mantém seu barco estável até o final. Planejamento, hábito e entendimento do contexto é que vão fazer sua jornada ser recompensadora no futuro. Também estar com uma tripulação boa é que vai te impulsionar. Ande com pessoas qualificadas e melhores que você, suas chances de superar mares bravios e se tornar o capitão do barco aumentarão muito.
Bem já que o texto está cheio de metáforas, acho que se eu disser que elas podem ser aplicadas à sua vida financeira vai ser fácil a dedução, correto? Mesmo porque, como sempre digo, planeje sua vida para conseguir planejar seu dinheiro também, o sentido contrário costuma levar seu barquinho a andar em círculos.